domingo, 15 de novembro de 2009

Crítica: Hotel Atlântico


por Joba Tridente

Hotel Atlântico (Brasil, 2009), baseado em obra literária de João Gilberto Noll, é o mais recente filme de Suzana Amaral, diretora do belo e contagiante A Hora da Estrela (1985), baseado em obra de Clarice Linspector.

Como cinema é cinema e literatura é literatura, livro e filme raramente (e põe raro nisso) se casam. Hotel Atlântico, assim como o seu personagem/protagonista, é um ciclo vicioso de lugar algum para lugar nenhum. Não empolga e nem provoca o estranhamento prometido, já que logo depois da primeira morte, até mesmo quem não leu a obra de João Gilberto Noll, sabe o que vai acontecer. De morte em morte e de encontro em encontro não há mistério e nem surpresa. Tudo é previsível nessa história de um ator que viaja sem destino, ao sabor da estrada que o leva pra qualquer lugar em busca de algo (que só ele sabe) ou de nada (que só ele sabe).

Apesar dos incômodos problemas técnicos, alguns brabos de se ver (perna amputada/dobrada) e outros que passam batido, Hotel Atlântico tem boas atuações e uma fotografia interessante de José Roberto Eliezer. Não é um filme que fica na memória (como A Hora da Estrela), mas pode despertar algum interesse no cinéfilo que curte filmes (a lista é grande) com personagem enigmático (inconformado/outsider) e gosta de refletir sobre o que é ser e estar viajante pela vida.

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