terça-feira, 31 de maio de 2011

Crítica: X-Men: Primeira Classe



Sabe aquelas perguntas que você sempre quis fazer sobre Xavier e Magneto, enquanto assistia aos X-Men, e não tinha a quem perguntar? Pois bem, elas começaram a ser respondidas em X-Men: Primeira Classe. E, acredite, as respostas são bem convincentes.

Depois da trilogia “X”, quando se prenunciava um quarto filme (X-Men Origens: Wolverine, não conta), eis que tudo volta ao começo do começo, numa nova trilogia, para contar o antes. Isso já aconteceu em Star Wars (Guerra nas Estrelas), lembra? Primeiro foram os capítulos 4 (Uma Nova Esperança), 5 (O Império Contra-Ataca) e 6 (O Retorno de Jedi). Depois de tudo assimilado (e quase esquecido) vieram os capítulos 1 (A Ameaça Fantasma), 2 (O Ataque dos Clones) e 3 (A Vingança dos Sith). Os três últimos eram fraquinhos mas, compensados pelos bons efeitos visuais, até que fizeram algum sentido (desnecessário).

Bem, no mundo dos super-heróis o roteiro é diferente. Quero dizer, já é diferente no berço das HQs onde, dependendo da influência do escritor (e do mercado), a personalidade do protagonista recebe nova lapidação, ou uma lápide mesmo: “Ele morreu, Jim!”. Ôpa, isto é do Star Trek (Jornada nas Estrelas), que também voltou a um princípio tão princípio que nem o Capitão Kirk tinha nascido ainda. Ah, tudo bem, o filme com a garotada é bem bacana.


X-Men - Primeira Classe (X-Men First Class, 2010), dirigido por Matthew Vaughn, é diversão certa para os fãs dos mutantes. Eu adoro HQs, até tive um pequena gibiteca em casa, mas confesso que dos X-Men, só gosto mesmo do Wolverine e do Magneto. É gente estranha demais e sempre me confundo com quem é quem e de quem. Quanto a esta nova trilogia, ela está começando muito bem, com todos os mutantes ainda jovens (com alguma variação do original) tentando descobrir o seu lugar no mundo e aceitar a própria diferença. Algo que não é fácil para um grupo de adolescentes que só quer levar uma vida “normal”. Este fim da inocência juvenil, a angústia por ser “anormal”, a busca pela “cura”, que pode despertar a fera adormecida dentro de cada um, é narrada com uma sinceridade contagiante.

A nova e grandiosa primeira aventura dos X-Men é épica e se passa na década de 1960, no auge da Guerra Fria entre os EUA (de John F. Kennedy) e a União Soviética (de Nikita Kruschev), por conta da localização estratégica da Cuba (de Fidel Castro), quando o mundo inteiro se sentiu em perigo com a famosa Crise dos Mísseis de Cuba, e a frustrada invasão da Baía dos Porcos. Pois bem, nessa época, Charles Xavier (James McAvoy) e Erik Lehnsherr (Michael Fassbender) tentavam fortalecer uma amizade complicada e desenvolver ao máximo as suas habilidades. Ainda não eram conhecidos como Professor e Magneto, mas já tinha seus egos inflados. Embora impulsivos e egoístas (cada um com a sua razão) vão ser obrigados a juntar forças e recrutar novos mutantes, se quiserem vencer esta batalha armada pelo terrível Sebastian Shaw (Kevin Bacon). O jovem, Magneto lembra um bocado a personalidade rabugenta do Wolverine, que faz uma ponta rápida e divertidíssima na trama. É inesquecível. 


X-Men - Primeira Classe tem um bom roteiro. A narrativa, com pitadas sociopolíticas, é envolvente e acaba ganhando ares de veracidade, com o excelente aproveitamento de vídeos da época em que as imagens de TV eram em preto e branco. As histórias de Xavier e Erik (que é o que interessa) são bem amarradas, mas as dos outros mutantes: Raven/Mística (Jennifer Lawrence), Fera (Nicholas Hoult), Alex Summers/Destrutor (Lucas Till), Sean Cassidy/Banshee (Caleb Landry Jones), Armondo Munoz/Darwin (Edi Gathegi), Emma Frost (January Jones), Azazel (Jason Flemyng), Angel (Zoe Kravitz), Maré Selvagem (Alex Gonzalez), inclusive a de Shaw, ficam a desejar. Já que o filme não vem com uma breve biografia de cada um, sugiro que, quem quiser saber um pouco mais sobre eles, procure em sites especializados em HQs. 

A escolha dos atores é acertada, com destaque para o trio protagonista (McAvoy, Fassbender, Bacon), e desta vez Matthew Vaughn, não carrega tanto a mão, como no violentíssimo Kick-Ass - Quebrando Tudo, mas continua dirigindo ótimas e dramáticas cenas de ação. O filme tem um ou outro vacilo, nos efeitos especiais, que passa (quase) batido, sem comprometer, e carece de um pouco mais de humor. No entanto, é uma produção bem cuidada, apostando no futuro. Para o espectador fã de HQ, é como ler uma boa aventura no gibi. Para quem não gosta de HQ, a dica é relaxar e se divertir, se emocionar e torcer por essa liga de gente muito esquisita. Afinal, nunca se sabe quando vai precisar dela novamente.

2 comentários:

  1. Eu fui ver este filme meio com um pé atrás. E tive uma ótima supresa o filme faz jus a primeira trilogia e acho até melhor que X-2 e X-3. E além da ponta de Hugh Jackman como Wolverine tem outra da Rebecca Romijn
    com Mística. E se vier mais flmes vou ver com certeza e não deixar para o útilmo dia.
    Não dá para negar os americanos saber fazer bons roteiros, apesar de uma outra queda de qualidade, o filme vale o ingresso.
    Quantos as efeitos especiais ele ficaram devendo, principalmente na cena que o submarino encalha na praia. Acho que ainda é dificilimo reproduzir areia em efeitos especiais. Mas nada que comprometa. Para quem não viu agora o jeito é esperar o DVD.

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  2. Olá, Antunes.
    Alguns roteiristas americanos acertam bem, mas também erram muito. Está aí o Transformers 3, pra quem quiser conferir.

    A cena do submarino (é triste) foi o que eu quis dizer, sem revelar, em: "O filme tem um ou outro vacilo, nos efeitos especiais, que passa (quase) batido, sem comprometer...", para não influenciar.

    Abs.

    T+
    Joba

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