quarta-feira, 6 de junho de 2012

Crítica: Madagascar 3: Os Procurados



Quem é que estando de férias e ou a trabalho em outra cidade, em algum momento, já não sentiu vontade de voltar para casa? Pois é o que acontece com o bonachão superstar Alex, o leão domesticado que, a contragosto, saiu do Zoológico de Nova York, na companhia dos amigos Marty (zebra), Melman (girafa) e Gloria (hipopótomo), e foi parar no Continente Africano, onde resgatou parte do seu passado. Por mais intensos (e divertidos) que tenham sidos seus dias na selva ou nas savanas africanas, Alex nunca negou que sentia saudade da “confortável vida” que levava, atrás das grades, no Zoológico do Central Park, onde era tratado como estrela. Saudade, aliás, que nunca foi compartilhada por seus companheiros de “exílio forçado” que, não suportando ver o amigo estressado por causa da vida em liberdade, resolvem acompanha-lo de volta à mesmice do Zoo de Nova York.


Absurdo por absurdo, acabam indo ao encontro dos geniais pinguins (Capitão, Kowalski, Rico e Recruta) e dos alucinados chimpanzés (Mason e Phil), que estão aprontando todas no Cassino de Monte Carlo, na esperança de pegar carona no avião deles. Um pulo ou um furo depois, os quatro emergem das águas na luxuosa estância do Principado de Mônaco. Ali acabam se metendo numa grande confusão e são caçados pela agente francesa de controle de animais Capitão Chantel DuBois, uma farejadora perigosa que não vai sossegar enquanto não prender Alex e ser recompensada com um souvenir. Na fuga o bando acaba se juntando a um circo decadente, em turnê pela Europa, e vê o sonho de voltar para os EUA cada dia mais distante.


Madagascar 3: Os Procurados (Madagascar 3: Europe’s Most Wanted, EUA, 2012), dirigido por Eric Darnell, Tom McGrath e Conrad Vernon, não é exatamente a continuidade do filme anterior, já que toda a nova fauna que havia nele, incluindo os pais de Alex, simplesmente desapareceu da história sem deixar rastro. Os roteiristas Darnell e Noah Baumbach deletaram tudo e sem explicação. Até mesmo o prólogo sugere um novo (re)começo com muitas esquetes. É gag atrás de gag e muita correria, muita cor e muita diversão para a garotada que conseguir acompanhar o ritmo acelerado da animação. Os adultos também vão se divertir um bocado com cenas antológicas como a dos chimpanzés disfarçados de Luiz XIV, o King of Versailles, e da hilária intepretação da Capitão DuBois para a clássica Non, je ne Regrette Rien, de Edith Piaf.


O roteiro de Madagascar 3 é simplório, mas funciona, já que se pretende mais à diversão do que à lição de moral, altruísmo e coisas do gênero.  No entanto é possível encontrar entre uma piada ou sequência de ação (ao gosto norte-americano), mensagens de superação, de autoconfiança, de amizade, que acabam ganhando força e resultam num deslumbrante espetáculo circense, daqueles de fazer cair o queixo da trupe do Cirque du Soleil. Vale destacar o acerto na criação de pelo menos quatro novos e adoráveis personagens: a psicótica e determinada Capitão DuBois; o talentoso tigre Vitaly, líder da trupe do Circo Zaragosa, que anda com baixa autoestima; a grandalhona e melancólica ursa Sônia que, mesmo sem “dizer” uma palavra, cativa o público, ao ser assediada pelo falastrão incorrigível Rei Julien (lêmure); e o inocente leão-marinho Stefano que emociona com a sua lealdade.

O desenho dos personagens, dos elementos de cena, das cidades (Roma é uma delícia), continua impressionante. A dublada versão em 3D é bacana, mas peca ao não legendar as músicas (extensão dos diálogos). O que não é nenhuma novidade, uma vez que no Brasil raramente a trilha sonora é legendada. Nem mesmo a música-tema tem esse privilégio. 

2 comentários:

  1. Valeu, Joba, vou ver amanhã com as crianças... E o Piratas Pirados é excelente, mesmo; que,m não viu no cinema tem que ver em dvd! Abração!

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    Respostas
    1. Olá, Ravel.
      Piratas é bom mesmo.
      Mas a pegada de Madagascar é bem outra,
      digamos, um pouco mais infantil.

      Abração!

      T+
      Joba

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