terça-feira, 30 de outubro de 2012

Crítica: O Mar Não Está Pra Peixe: Tubarões à vista!



No mundo da animação cinematográfica (?) os animais estão cada vez mais humanos (racionais?)..., haja idiossincrasia. No mundo da ficção cinematográfica (?) os humanos estão cada vez mais irracionais (animais?)..., haja barbárie. Sabe-se lá quem imita (ou inventa) quem!

Multicolorido e apresentando uma fauna aquática diversificada, O Mar Não Está Pra Peixe: Tubarões à vista! traz de volta o peixe-herói , em mais uma luta, praticamente solitária, contra o seu grande (e bota grande nisso) inimigo e rival tubarão Troy, que retorna “bombado” e mais malvado, para tentar dominar o recife e ficar de vez com a ingênua Cordélia, agora acasalada com e mãe de Junior. Ao saber que Troy (e sua gang de tubarões famintos) quer revanche, o estrategista decide treinar seus amigos cabecinhas de vento. Porém, as coisas não saem exatamente como ele planejou e para complicar aparece Dylan, um estranho no ninho, digo, no recife, com uma ideia mirabolante (um espectador constante de desenhos animados vai dizer: eu já vi isto!): montar um espetáculo musical subaquático e trazer humanos para assistir, criando ali uma área livre de tubarões. Bem, nem é preciso dizer que é uma onda de confusão atrás da outra quando os pretendentes a lutadores e artistas entram em ação.


O Mar Não Está Pra Peixe: Tubarões à vista! (The Reef 2: High Tide, EUA, 2012), dirigido por Mark A.Z. Dippé (do abominável Spaw), é uma animação muito animada para o público infantil, ali dos cinco aos dez, doze anos (no máximo!)..., passou disso a desanimação pode ser geral. O roteiro clichê-básico (capaz de entediar os mais velhos), recheado de referência ao cenário artístico pop, é simplório e explora a clássica história edificante e enaltecedora dos valores humanos, digo, aquáticos. Os personagens são facilmente reconhecíveis: herói; desastrado; destrambelhado; artista; esperto; malvado; traidor; inocente etc. Uma galeria de tipos (coadjuvantes) para todos os gostos, mas pouco cativantes. O humor é pastelão-infantil, com uma ou outra indiscrição para o público adulto e nenhuma música (?) ou sequência memorável.

Com uma narrativa rala e previsivelmente didática, na infantilização de um tema (sobrevivência), digamos, adulto, a animação fala um pouco de tudo: Broadway, filosofia oriental, truculência ocidental, cultura Jedi, traição, insegurança, lição de moral etc... Excetuando o peixe Junior, todos os outros animais aquáticos são adultos. Não há sequer um adolescente em crise, apaixonado e ou em pé de guerra com os pais..., coisa rara na animação, hoje em dia! Quem sabe no próximo filme, quando o Junior crescer. O alvo, sem dúvida, é mesmo a criançada despreocupada que (na falta de um assunto mais adequado) se contenta com uma musiquinha, uma dancinha e uma briguinha agitada em águas rasas.


No mundo da fantasia politicamente correta (ou quase) vale tudo (ou quase), até mesmo peixe carnívoro que não come (literalmente) peixe não-carnívoro. A animação tem alguns furos e sequências sem nadadeiras e nem cabeça..., não sei se algum pequeno espectador se importará com tais escorregadelas. O filme em 3D não chegou para a Cabine e não fez falta o efeito da moda. O traço dos cenários e dos multicoloridos personagens é simples e simpático, às vezes lembra um protetor de tela (pouco sofisticado) aquário. A dublagem (em português), com seus chiados cariocas, incomoda que está acostumado com legendas. 

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