quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Crítica: O Hobbit: Uma Jornada Inesperada


Depois de muito diz-que-diz e sai-não-sai, eis que finalmente, para a felicidade geral da nação Tolkieniana, estreia O Hobbit, que, de um, virou dois e três. O filme de aventura e fantasia, com ação muito bem calculada, chega cheio de novidades tecnológicas para todos os gostos e bolsos (2D, 3D, 3D High Frame Rate (HFR), IMAX). 

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (The Hobbit: An Unexpected Journey, Nova Zelândia, EUA, 2012), é baseado no clássico da literatura infantil O Hobbit, do escritor J.R.R. Tolkien. Aclamada pela crítica, a premiada obra acabou recebendo suaves alterações (ou ajustes) em edições seguintes e se tornou uma espécie de prólogo à saga literária O Senhor dos Anéis, cuja adaptação cinematográfica foi vista há quase dez anos.


Muita gente (sem ver o resultado!) anda dizendo que, ao contrário de O Senhor dos Anéis (com suas mil e tantas páginas), O Hobbit se bastaria em um único filme, alegando não haver material literário para três. Grande equívoco!  Julgar uma obra literária pela quantidade de páginas e um filme pela duração é simplificar a criatividade do seu autor, a capacidade narrativa do roteirista e do diretor. A excelência de um filme independe de sua metragem e muito menos da fonte inspiradora, que tanto pode vir de uma mera frase, uma nota de jornal, um poema, quanto de um romance enciclopédico. Para quem se deliciar com esta versão de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada, os próximos “capítulos” são: O Hobbit: A Desolação de Smaug (2013) e O Hobbit: Lá e de Volta Outra Vez (2014).

Com roteiro de Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson e Guillermo del Toro, o primeiro filme da nova trilogia, dirigida por Peter Jackson, é diversão de qualidade para novos e velhos fãs do Universo Tolkien. A narrativa bem-humorada, repleta de personagens e situações novas, acompanha a jornada épica do pacato e caseiro hobbit Bilbo Bolseiro (Martin Freeman), do Mago Gandalf (Ian McKellen) e de um grupo de 13 anões, liderados por Thorin Escudo de Carvalho (Richard Armitage), para resgatar o Reino de Erebor (terra dos anões), tomada pelo Dragão Smaug.


A viagem rumo às Terras Ermas é longa e perigosa o suficiente para que os 15 determinados guerreiros provem a união do grupo e a sua força e coragem no enfrentamento dos fantásticos: Trolls, Orcs, Wargs, Goblins... Nessa empolgante caminhada, onde são fortalecidos os laços de amizade e reatados os de confiança, Bilbo conhece o enigmático Gollum (Andy Serkis, sublime) e, de quebra, os dois protagonizam a melhor sequência da trama. Vale destacar também as brilhantes performances de Freeman, McKellen, Armitage..., e participações muito especiais de atores/personagens inesquecíveis que retornam à Terra Média: Ian Holm (Bilbo velho); Elijah Wood (Frodo); Cate Blanchett (Galadriel); Christopher Lee (Saruman); Hugo Weaving (Elrond); Orlando Bloom (Legolas).

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada tem um bom ritmo (de leitura) e uma riqueza de detalhes impressionante. Gandolf diz que "Todas as boas histórias merecem embelezamento" e O Hobbit esbanja também nesse quesito.  Entre outras maravilhas, quem resiste à convidativa e graciosa aldeia dos hobbits e ou ao deslumbre de Valfenda? Tecnicamente (em 2D), é praticamente irretocável. O praticamente é porque, com tanto tecnologia, ainda me incomoda (desde a trilogia passada) a desproporção dos anões (que nunca estão do mesmo tamanho). A trilha sonora é bacana e o canto dos anões emociona.

Quanto à duração (que consome seis capítulos, mas parece tratar apenas de um), acredito que o prazer de ler e ver depende da história e do seu narrador. Se a narrativa é agradável você quer que ela demore o maior tempo possível. Se não, deixa a sala e ou fecha o livro.

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