terça-feira, 20 de agosto de 2013

Crítica: Se Puder... Dirija!


Quem diria que um dia, no Brasil, teríamos uma comédia em 3D? Quem diria que o chulo em 2D faria tanto sucesso de público e nenhum de crítica? Quem diria que uma tecnologia que nem sempre agrega valores estéticos a um filme estrangeiro, mas que aumenta sensivelmente o preço dos ingressos, estaria tão rapidamente ao alcance do (bolso do) espectador brasileiro?

Se Puder... Dirija! (Brasil, 2013) tem argumento clichêdificante (pai idiota versus filho esperto). Segundo a sinopse oficial: Se Puder... Dirija! acompanha a história de João (Luiz Fernando Guimarães), pai ausente de Quinho (Gabriel Palhares) e ex-marido de Ana (Lavínia Vlasak). Manobrista em um estacionamento, ao lado de Edinelson (Leandro Hassum), ele precisa dar um jeitinho para fugir do trabalho e ir se encontrar com o filho, pois havia prometido à ex-mulher passar o dia com a criança. A solução que encontra é pegar “emprestado” o carro da Dra. Márcia (Bárbara Paz), fiel cliente do estacionamento. Afinal, é só uma saidinha rápida. Mas encontrar o filho e voltar a tempo de devolver o carro, sem que a proprietária dê por sua falta, torna-se uma grande odisseia e João se envolve em várias aventuras com seu filho, o carro, e o cachorro Moleque.

O problema é que o que parece divertido no resumo da história (que esboça a saga do herói), não tem a menor graça na telona. Com direção claudicante e roteiro frouxo de Paulo Fontenelle, o resultado é uma “comediazinha” infantil(óide) pensada para o deleite da família, mas que, se muito, deve agradar apenas aos espectadores com idade mental de 10 anos, desde que (é claro!) riam de qualquer asneira. Assemelha-se a um desinteressante especial de TV para quem não saiu de casa para comemorar o dia dos pais. Pode não ter paradas para os comerciais, mas os merchandisings não dão folga, na primeira oportunidade pululam na tela.

A narrativa sem ritmo, os personagens caricatos (e chatos!), os “diálogos” ridículos, as velhas “piadas” esticadas à exaustão, a trama esfarrapada, a dublagem (?) sem sincronia, atores sem inspiração, os furos e mais furos..., deixam tudo muito falso, enfadonho e muito mala, digo, mal embalado num 3D(cepcionante). Além de não dizer a que veio, na maioria das vezes o 3D(cepcionante) vacila entre o foco e o 2D(esordenado). Em algumas cenas a proporção (e a falta de massa) dos personagens é tão absurda que parece que foram recortados (individualmente e em diversos tamanhos) e mal ajustados (feito pop-up) num cenário à base de chroma key!


Fontenelle disse que: ... o filme é uma comédia de situação, de costume, superengraçada e divertida. Acho que ele se referia ao 3D(cepcionante) que, este sim, é uma piada. E pensar que tem gente que reclama dos filmes em 3D-convertido. Constrangedor!

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