quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Crítica: Quarteto Fantástico


Bem, finalmente, depois de muito blá! blá! blá! blá!, o Quarteto Fantástico, jovial e remixado, chega aos cinemas para tentar um lugar no pódio da rendosas HQs cinematografadas. Assim como as franquias das franquias que a precederam, esta também pretende ser nova, já que a cada “releitura” do filme anterior e ou mesmo da HQ de origem seus realizadores acreditam mudar literalmente o velho universo conhecido..., como se leitor de HQ gostasse de mudanças (radicais ou não). E olha que a mudança aqui, que já deu o que falar, foi apenas de preto no branco: o Tocha Humana, que é (ou era) um personagem loiro, agora é negro. Já que Stan Lee aprovou a novidade e gosta da “diversidade”, como os fãs veriam um Quarteto formado por um americano (Homem Borracha), um asiático (Tocha Humana), um africano (Coisa), uma latina (Mulher Invisível)? Seria conceitual demais? Pensei apenas na representatividade de cada um no mundo!


Quarteto Fantástico (Fantastic Four, 2015), dirigido por Josh Trank, deixa de lado o clima divertido e descontraído dos filmes anteriores (2005: Quarteto Fantástico e 2007: Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado) e mergulha num clima levemente dramático, querendo parecer mais sério do que realmente é, para contar a nova “origem” do grupo. A trama começa com um recorte bacana da infância do gênio precoce Reed Richards (Owen Judge) e seu grande amigo Ben Grimm (Evan Hannemann), às voltas com a c0nstrução de uma máquina caseira de teletransporte. Anos depois, a convite do Dr. Franklin Storm (Reg D. Cathey), o adolescente Reed (Miles Teller) se junta aos jovens gênios Victor von Doom (Tony Kebbell), Sue Storm (Kate Mara) e Johnny Storm (Michael B. Jordan) para realizar o seu sonho. Porém, uma viagem na teletransportadora acaba saindo do controle e alterando o metabolismo de todos os envolvidos, inclusive de Ben Grimm (Jamie Bell), o convidado de Reed. No aguardo de uma explicação lógica, cada um tenta se adaptar à nova vida. Reed se estica como o Sr. Fantástico em busca da cura, enquanto Ben tenta suportar o peso das pedras no seu corpo Coisa. Se o rebelde (sem causa) Johnny se acha o máximo acender feito uma Tocha, a sua metódica irmã adotiva Sue busca um padrão como Mulher Invisível. Quanto ao solitário Victor, ele acredita que o seu Dr. Destino, como qualquer vilão equivocado, tem contas a ajustar com a Terra e não com os governos e capitalistas...


Ainda que peque em mostrar apenas o passado científico de Richards e Grimm, o Quarteto Fantástico começa promissor, envolvente. Então, sabe se lá se por alguma falha no metabolismo (?) do roteiro, vai se tornando linear, tão linear que mal se percebe algum conflito e ou sequer a insinuação de um triângulo amoroso.  O humor inexiste e o prometido tom sombrio, o terror, o suspense, parece ter ficado na ilha de edição. O clima de aventura claustrofóbica dos jovens cientistas montando a máquina teletransportadora, pode não ser entediante, mas também não é dos mais empolgantes e quanto a “ação”, bom, ela se concentra no meio do terceiro ato, praticamente no epílogo. Os efeitos especiais são razoáveis, nada de encher os olhos ou cair o queixo, e alguns diálogos até soam interessantes ao questionar a criação e o usuário de um equipamento de alta tecnologia.


Para quem curtiu os dois bem-humorados filmes anteriores, a impressão é a de que este Quarteto Fantástico não vai muito além de um cartão de visita do grupo de jovens heróis. O que não seria de todo mal se a direção de Trank fosse menos burocrática, a história mais ágil e os personagens minimamente carismáticos. Nem mesmo o “vilão” Dr. Destino empolga..., e olha que, geralmente, os vilões são os personagens mais interessantes do gênero.

Não é, mas parece produção da Disney, de tão certinho, limpinho, moralzinho... Será que o melhor está guardado para uma provável continuação, já que ficou um bocado de ponto sem nó? A bilheteria dirá!

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