sábado, 19 de setembro de 2009

Crítica: Amantes


por Joba Tridente

Amantes (Two Lowers, EUA, 2008), de James Gray, é um filme que se deixa ver e se envolver. Um excelente drama que trata da paixão compulsiva, das incoerências e incertezas do amor à primeira vista. Da fragilidade das relações que transformam também os homens. Às vezes muito mais do que as mulheres imaginam.

Depois de várias tentativas de suicídio, por causa do fim inesperado do noivado, Leonard (Joaquin Phoenix), com transtorno afetivo bipolar (crises alternadas de depressão e euforia), está de volta à casa e aos cuidados dos pais, em Brighton Beach, Brooklin. Ali ele conhece duas mulheres, Sandra (Vinessa Shaw) e Michele (Gwyneth Paltrow), com quem vive uma ciranda de amor compulsivo. E nesta ciranda, interrompida pela indecisão, Sandra ama Leonard que ama Michele que ama Ronald (Elias Koteas). Se o amor de Sandra por Leonard é um amor compreensivo, sem cobranças, tudo que ele precisa pra sair do fundo do poço de amargura em que se encontra, o amor de Leonard por Michele é louca paixão e incontrolável desejo.

Amantes é dramático, mas não é piegas. Histórias de amores confusos e desencontrados ou de amores que levam à glória ou à redenção não são novidades. Já foram apresentadas antes na literatura, no teatro e no próprio cinema. O diferencial, aqui, é como esta história é contada e muito bem ilustrada com alguns interessantes elementos simbólicos (par de luvas, anel de noivado, mar, fotos em preto e branco), que justificam um final possível. É um filme para quem gosta de se emocionar com uma boa sessão de cinema. E também para apreciar o que talvez seja o último trabalho do excelente Joaquin Phoenix, que “jurou” deixar o cinema para se dedicar à música. Bem, antes dele, outros grandes atores prometeram parar de fazer filmes e não conseguiram. Quem sabe ele acabe mudando de idéia, também.

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