sábado, 29 de maio de 2010

Crítica: Sex And The City - 2


Sex And The City - 2

Só pra quem é realmente fã e se sente inconsolavelmente órfão do fútil fashionable quarteto de Nova York, formado por Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker), Samantha (Kim Cattrall), Miranda (Cynthia Nixon) e Charlotte (Kristin Davis) chega aos cinemas o Sex And The City-2 (Sex And The City-2, EUA, 2010).

O filme até que começa prometendo uma boa comédia, com a realização de um escandalosamente ofuscante casamento gay, cujo destaque é Liza Minelli, fazendo um impagável cover do mega-sucesso "Single Ladies (Put a Ringue on It)", de Bioncé. Bem, a gente pensa, agora que acabou a pompa, vamos à circunstância..., vou me acomodar e me divertir por mais umas 2h e 10 minutos. Quanto? 146 minutos? Caramba. Tomara que não seja maçante. Ô boca!!!

Bom, acaba o gracioso casamento gay e as entonas, caem na real. Sem tirar o vestido estiloso e grifoso, começam a desfilar os seus pequenos problemas domésticos, que fazem parecer gigantescos, relacionados, é claro, a seus casamentos e sexo, com um ou outro bonitão, no eterno papel de plantonista penduricalho. Você pensa, bem, talvez seja mais um drama que uma comédia, afinal as jovens senhoras envelheceram (não que fossem adolescentes) e o filme vai tratar da vida como ela é até pra este quarteto, que sempre pareceu viver ao léu, na Terra da Maçã Encantada, certo? Errado, não demora e o tsunami num copo d’água começa realmente a fazer água na pia entupida. E então não há mais dúvidas, você embarcou no camelo errado. Ou será no dromedário errado?


Pois é, dessa vez as "moçoilas" vão tirar férias nos Emirados Árabes, com todas as suas roupas cafonas de marca e mais algumas breguices que compram pelo caminho desertoso, pra esculhambar com as tradições orientais. E assim, do alto do luxuosíssimo hotel Mandarin Oriental Jnan Rhama, de Marrakesh, monologam sobre o vazio sem sexo e bela companhia masculina e moda e maquiagem e alguma tolice sobre o envelhecimento. Ou seja, variações (na ordem?) das mesmas bobagens tratadas nos capítulos da bem sucedida série que caiu no gosto feminino. O problema é que o que soava irônico e engraçadinho, também sobre o mundo masculino, agora envelheceu, perdeu a graça, ficou repetitivo. Principalmente porque, a cada dia, o homem se torna um produto cada vez mais descartável pelas mulheres. Quem tiver paciência vai entender a “piada” na “mensagem final” do capítulo, digo, filme.

Falar da direção de Michael Patrick King, ou mesmo do seu “roteiro”, baseado na série de TV criada por Darren Star, inspirada nos personagens do livro de Candace Bushnell, é jogar palavras fora, mesmo no mundo digital. Enciclopédia do clichê gasto e fora de moda, no rumo do mau gosto, o filme aposta na ignorância e estupidez do espectador (principalmente da espectadora), ao detalhar tim tim por tim tim o agora, o daqui a pouco e o depois. Como se, pra decupar (ou seria desculpar?) a história, fosse preciso mais que 1/4 de neurônio de uma tâmara. E assim, com uma pantomima aqui, uma pastelança ali, descontinuidade geral no ajuntamento de figurantes e ostentação pra todos os lados, quem não se importar com a poeira do deserto, com certeza, ao final de 2h26, vai se sentir o mais imprestável dos não-americanos mortais. É, glamorosidade demais, quando na cansa, mata! De inveja? Bah! Quem sabe o que virá no 3?

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