terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Crítica: Missão: Impossível - Protocolo Fantasma



Ethan Hunt está de volta, agora com a promessa de chegar até ao fim da missão com uma confiável equipe de apoio. Quem conhece a série de televisão e ou vem acompanhando a franquia no cinema sabe que, na verdade, a tal missão título está mais para difícil do que para impossível, já que, de um a forma ou de outra, Ethan sempre resolve, até mesmo as traições. Mas nunca se sabe quando as coisas podem sair de controle.

Missão: Impossível - Protocolo Fantasma (Mission: Impossible - Ghost Protocol, 2011) começa com uma fantástica perseguição, em que o espectador é apresentado a três agentes de campo, Trevor Hanaway (Josh Holloway), Jane Carter (Paula Patton) e Benji Dunn (Simon Pegg), incumbidos de encontrar um arquivo com os códigos de um arquivo nuclear. Na sequência, logo após ser resgatado de uma prisão, em Moscou, Ethan Hunt (Tom Cruise) é incriminado por um atentado terrorista ao Kremlin. Por conta do “incidente” internacional o governo norte-americano decide extinguir a agência IMF (Impossible Missions Force), iniciando o Protocolo Fantasma. No entanto, um imprevisto coloca Hunt na pista do psicopata Kurt Hendricks (Michael Nyqvist) e da bela e furtiva assassina Sabine Moreau (Léa Seydoux). Sem o apoio oficial da agência, com um policial russo, Anatoly Sidirov (Vladimir Mashkov), na sua cola, ele vai poder contar apenas com os inexperientes agentes Jane, Benji e William Brandt (Jeremy Renner) para solucionar esta explosiva missão.


Apesar do ótimo elenco internacional, Missão: Impossível - Protocolo Fantasma não tem um argumento dos mais originais na escalação do inimigo (russo) e no pomo da discórdia (míssil nuclear), mas o seu roteiro é redondo e os personagens (humanos) ganham em veracidade e muito bom humor. Com a “extinção” da agência, os superagentes não são mais “super”. A boa notícia é que eles ainda podem contar com algum equipamento que tinham em mãos e a má notícia é que nem tudo que têm em mãos funciona plenamente. Assim, largados à própria sorte (para delírio dos espectadores), eles terão que dar conta da missão contando apenas com algum conhecimento básico e o treinamento padrão. Nunca um improviso valeu tanto.

Nesta nova produção o importante não é o tema batido e sim a excelência da narrativa. Não fosse a ousada e competente direção de Brad Bird (Os Incríveis e Ratatouille), que parece desconhecer a palavra impossível, ele seria mais uma chatice com todos os clichês inverossímeis de filme americano de espionagem. Não é que MI-PF não tenha algum clichê, tem, mas quase não se nota. O humor é espontâneo e vai enredando o público desde o início. Ele surge nas mais diversas situações, principalmente através do agente Benji, e acaba partilhado por Brandt e Hunt. O bom é que humor nonsense não descaracteriza o clima de ação e aventura da trama, mas acrescenta muito mais emoção ao que já é de prender a respiração. Outro ponto positivo é que este quarto filme é independente dos outros. Não requer conhecimento prévio dos personagens e muito menos que se tenha visto os anteriores.
  

Missão: Impossível - Protocolo Fantasma é pura adrenalina! As sequências no edifício Burj Khalifa (o mais alto do mundo), na belíssima Dubai, são “insanas”. Para realizá-las, Cruise (também) teria dispensado os dublês. Há todo um aparato técnico na realização dessa e outras tantas cenas empolgantes, mas o que se vê na tela é uma tecnologia a serviço de uma história e não o contrário. É, sem dúvida, o melhor e mais convincente dos quatro MI. Uma produção arejada onde até mesmo o enredo banal (mas bem resolvido) funciona. O único porém (nem tão porém assim) é que é um espetáculo para ser assistido (se possível) no IMAX. Dificilmente em outra sala de projeção provocará sensação tão vertiginosa. 

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