quarta-feira, 17 de abril de 2013

Crítica: A Morte do Demônio



Não contente com as constantes “releituras” (inferiores) que faz de produções estrangeiras, para que o estadunidense medíocre possa entender, já que não lê legendas, Hollywood continua apostando alto e apelando (muito!) em “novas” versões de sucessos americanos passados (clássicos ou não) para o “deleite” de uma nova (?) geração de espectadores. Na sua ânsia pela mesmice e indiferente a um mundo de histórias originais que há para se contar e da cultura em ebulição, atropela o bom senso e ridiculariza até mesmo o Tico e o Teco de seus realizadores.

No cartaz de A Morte do Demônio (Evil Dead, EUA, 2013), dirigido pelo uruguaio Fede Alvarez, tendo por base longínqua o The Evil Dead (A Morte do Demônio, 1981), de Sam Raimi, há uma advertência enganadora: O filme mais apavorante que você verá nesta vida. Nem que substituísse o “apavorante” (que não apavora coisíssima nenhuma) por “masoquista” faria jus, já que (desde a época áurea do gênero) foram feitos trocentos filmecos de terror ou horror investindo apenas na sanguinolência. Muita aposta alta (em lucro fácil) acabou abaixo do traço.

Desta feita não vou fazer comparações. Não há razão alguma para ressuscitar o Demônio que morreu lá atrás, com o amadorismo (funcional) deste fetichista Demônio Jr. Também porque, nesta violação, digo, versão ao estilo gore, o filme perdeu muito mais que o artigo “O” (The), do título de Sam Raimi.


A trama de A Morte do Demônio (2013), a supor o “roteiro” de Fede Alvarez e Rodo Sayagues, gira em torno de um grupo de cinco amigos que, na falta de lugar melhor, resolve passar uns dias em uma velha cabana isolada, no meio de uma floresta tenebrosa (é claro!), para um tratamento alternativo contra drogas. Ah, sem acompanhamento médico!  O que os jovens não imaginam (evidentemente!) é que esta boa intenção (sempre!) de limpar a viciada Mia (Jane Levy) vai expor a todos ao insaciável banquete do Demo, assim que o curioso Eric (Lou Taylor Pucci) encontrar, no porão infecto (naturalmente!), num pacote amarrado com arame farpado, o livro Necronomicon Ex Mortis (encapado com pele humana da melhor qualidade).

O drama de Mia começa quando ela deita fora suas pílulas. A tragédia da turma começa quando a garota diz que viu alguma coisa (lá fora!) e pede ajuda ao irmão David (Shiloh Fernandez) que, acompanhado da namorada Natalie (Elizabeth Blackmore), é acalmado pela enfermeira Olivia (Jessica Lucas), certa de que tudo não passa de alucinação provocada pela abstinência. A paciência do espectador incauto acaba quando começa a chacina (quase!) sem fim. Ou seja, bem antes de uma protagonista dizer: “Cansei dessa m*!

O serviço de nojeira quente deve (?) agradar a molecada chegada a uma meleca de açougue humano. Ou que nunca (?) ouviu falar ou assistiu a algum filme massacre (com serra, machado, faca, prego, furadeira etc), tema caro (e lucrativo!) aos norte-americanos, mocinhos e vítimas do próprio mecanismo de “defesa” que criaram. A sua narrativa descerebrada pretende-se trash, ignorando que só é trash o filme que, apesar do empenho dos envolvidos, resulta divertidamente (!!!) todo errado. Esta tolice (de mau gosto!), mesmo carecendo de humor, bom elenco e, principalmente de boa direção..., é apenas um filme velho (querendo posar de moço) e ruim. Para fãs do “gênero requentado” e que descarta qualquer tipo de originalidade.

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