segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Crítica: Os Pinguins de Madagascar


Uma pergunta que esbraveja: Por que será que no mundo do entretenimento (cinema, hq, teatro), na maioria da vezes, os personagens coadjuvantes (ou vilões) são mais interessantes que os protagonistas  (ou mocinhos)?

É assim, por exemplo, com o Scrat, o alucinado esquilo pré-histórico da franquia A Era do Gelo e com o Capitão, Kovalski, Rico e Recruta que formam o amalucado quarteto de pinguins da trilogia Madagascar e que, desde 2008, estrelam a própria série televisiva. Bem, as aves fofinhas, mas duronas, que aprontam tudo nos curtas animados, agora estão dando o terceiro passo no longa de espionagem Os Pinguins de Madagascar.


A história pastelão começa na Antártica, onde o cineasta alemão Werner Herzog, que agora se dedica ao documentário, filma a marcha anual dos pinguins (referência ao seu doc Encontros no Fim do Mundo) e flagra o encontro dos jovens Capitão, Kovalski e Rico com o Recruta, literalmente na casca do ovo. Prólogo já visto, com outras cenas chaves, nos trailers. Mas ainda sim, provocam sorriso. Tempos depois, após um assalto ao Fort Knox, para resgatar uma preciosidade, nossos heróis caem nos tentáculos de um inimigo que desconheciam, o dupla face ou duplo corpo Dave/Dr. Octavius Brine, que trabalha ensandecidamente num plano para acabar com a fofura dos pinguins..., mas que não conta com a esperteza deles e muito menos com o reforço que vão receber da força-tarefa O Vento do Norte, grupo formado por um Huski Siberiano (Secreto), um Urso (Montanha), uma Coruja (Eva), e uma Foca (Pavio Curto).


Os Pinguins de Madagascar (The Penguins of Madagascar, EUA, 2014), em 3D-IMAX, dirigido por Eric Darnell e Simon J. Smith, é um desenho realmente animado, com muita ação (correria, pancadaria e confusão em Veneza, Saara, Xangai, Nova York) e humor pastelão ao gosto da criançada que acompanha as aventuras surreais do quarteto na tv. Nada muito complicado, mas, às vezes, agitado até demais. Para um acompanhante, o fantasioso roteiro (infantil!) nem sempre funciona e nem todas as piadas são engraçadas. Parte da culpa cabe à versão brasileira e à dublagem, que comprometem o humor absurdo. Algumas gags (trocadilhos infames) se perderam..., mas, ainda sim, dei boas risadas. Ah, é uma “sutileza” da paródia a Herzog, mas a citação ao seu famoso Fitzcarraldo, está aí!


Tecnicamente a animação continua excelente, muito colorida e dinâmica, com seu traço original que dá uma cara de brinquedo de plástico aos personagens. O 3D-IMAX cumpre seu papel vertiginoso nas cenas aéreas. O enredo até joga com o público adulto no tom Missão Impossível, James Bond, Austin Power..., mas sem esquecer de que o seu alvo é realmente a criançada. Excetuando uma crítica velada ao culto à beleza, no subtexto, Os Pinguins de Madagascar, felizmente, não traz mensagens edificantes ou morais, apenas conta uma história boba e divertida. E precisa mais?

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