quinta-feira, 25 de junho de 2015

Crítica: Minions


Parece que é a hora dos coadjuvantes no cinema, inclusive, de animação. Após a origem do Gato de Botas (2011) e dos Pinguins de Madagascar (2014), chegou a vez a dos Minions..., aquelas pequeninas e atrapalhadas criaturas amarelo-banana que roubaram muitas cenas na franquia Meu Malvado Favorito.


Minions, dirigido por Kyle Balda e Pierre Coffin, é um prólogo ao Meu Malvado Favorito. O roteiro (que não tem a menor importância) de Brian Lynch se pauta em gags e no absurdo para contar a origem dos submissos personagens. Conta-se que, no começo dos tempos, esses seres adoravelmente malucos eram organismos celulares procurando rumo, como outros ingredientes, ali na sopa primordial. Ao trocar a água pela terra preferiram a segurança da subserviência à instabilidade do poder. Na sua jornada evolutiva foram pulando de um macho alfa pra outro até chegar aos vilões..., deixando um milenar rastro desastroso nos quatro cantos do mundo. Em 1968, no auge do Movimento Hippie, os determinados Kevin, Stuart e Bob finalmente desembarcaram nos EUA, onde conheceram e se tornaram serviçais da incomparável rainha britânica da vilania Scarlett Overkill, que planejava um golpe sinistro na Inglaterra de Elisabeth II.


A animação de aventura bizarra e ação pastelão é totalmente amoral..., ou seja, nada de mensagens edificantes, jornada do herói ou de vilões arrependidos. Apesar de pequenos, é bom lembrar que os Minions são o avesso dos Smurfs. Ainda que a comunidade dos Minions, assim como a dos Smurfs, (aparentemente?) seja formada só por (assexuados?) elementos masculinos, diferente das bondosas criaturas azuis que querem dar fim às malvadezas do Gargamel..., as masoquistas criaturas amarelas querem mais é ajudar algum malvado (tipo o Gru) a botar fogo no circo. É claro que, na ânsia de praticar as maiores maldades, para o arrependimento do mestre-vilão, as coisas não saem exatamente como os amadores amarelinhos planejam.


Minions é um filme-família, mas não abre mão do humor negro, da acidez inglesa e do nonsense em seu enredo. Portanto, é bom ficar atento pra não perder as inúmeras gags (rápidas) que dão contorno e também desconforto à história totalmente sem noção (inclusive geográfica). Ainda que uma ou outra sequência dispensável (calabouço) mire mais o adulto (pub) do que a criança, há achados deliciosos na Inglaterra. No todo, entre os muitos momentos brilhantes da narrativa, destaco a paródia dos Três Porquinhos, a sátira da Lenda do Rei Arthur, o impagável jogo de futebol (que lembra uma certa seleção numa certa Copa do Mundo) e a ousada e hilária Teoria da Conspiração Espacial norte-americana...


Enfim, considerando que o roteiro envereda maravilhosamente pelos anos sessenta, explorando muito bem os ícones da cultura pop (americana e inglesa), pontuando com rock dos Beatles, Turtles, Donovan, Doors, Aerosmith, Kinks,  Jimmi Hendrix, Smashing Pumpkins; que Kevin, Suart e Bob, com seu linguajar próprio, são protagonistas cativantes e têm ótima desenvoltura na trama; que o egocêntrico inventor de armas Herb Overkill é um personagem muito mais interessante que a sua mulher e supervilã Scarlett; que o desenho é impecável e o 3D (de profundidade) não incomoda; que é uma comédia muito louca e despretensiosa..., desde que você embarque na onda do Minions e (diferente deles) não leve nada (tão) a sério, vai se divertir um bocado e (possivelmente) rir dos créditos de abertura aos créditos finais... Eu ri e muito!

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